"Rock’n roll é fácil, De ouvir, É ótimo para dançar, Para a maioria, É o próprio ar... Pode ser tocado, Por jovens, por velhos, Não importando a idade, Por quem sabe, e também por quem só tem vontade, Por um violão com duas cordas, Com gaita ou um cabo de vassoura, Talvez com instrumentos de ponta, É deixar rolar a alegria, No fim de tudo o que conta, Pura adrenalina, Se pede mais uma dose, E embora isso seja uma sina, De improviso ou de ouvido, Seja ele qual for, Clássico, progressivo ou dléim dléim... Mas o objetivo, Vai além, Divertir o coração, E o rock'n roll faz isso, Com muita satisfação!!!”

Dá um curtir aí, pô!!!!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Livro dos Mortos do Rock - Leia a Introdução em..

 
O Livro dos Mortos do Rock - Revelações sobre a vida e a morte de sete lendas do Rock'n'Roll (David Comfort) Editora Aleph



Um motorista de caminhão, uma garçonete de boliche, um zelador, um pára-quedista, um poeta sem teto, um professor de guitarra hippie, um estudante de arte sem dinheiro: todos tiveram origens modestas. Mas os “Sete Imortais” ou os “Sete” estavam destinados a se tornar os pioneiros do rock moderno – ícones culturais, apóstolos do Vaticano do pop e muito mais.
“Somos mais famosos do que Jesus Cristo”, disse um deles sobre seu grupo, declarando depois que ele próprio era Jesus Cristo – afirmações que posteriormente resultaram em seu assassinato.
“Jesus não deveria ter morrido tão novo”, disse outro, “pois teria sido mais bem-sucedido se tivesse durado mais.”
Quatro morreram aos 27 anos de idade. A maioria teve premonições  sobre morrer jovem. “Estarei morto em dois anos”, declarou um deles, sabendo muito bem o que estava dizendo aos 25 anos. “Não tenho certeza se chegarei aos 28”, disse um segundo membro do Clube dos 27. “Nunca vou chegar aos 30”, previu um terceiro.
A morte assombrou a vida da maioria deles desde a infância. A mãe de dois deles faleceu em acidente de automóvel. A mãe de outros dois bebia até cair. Aos 5 anos de idade, um deles viu o pai se afogar. Outro astro insistia em dizer que possuía os “genes do suicídio” porque os membros de sua família haviam tirado a própria vida.
Cada um possuía uma atração fatal. “Vou ser um músico famoso, me matar e me apagar em uma chama de glória!”, exclamou um. Ele deu ao seu grupo o nome de  Nirvana, definindo o termo como “a paz absoluta da morte.” Outra estrela, estudante do Livro tibetano dos mortos como muitos dos outros, deu à sua banda o nome Grateful Dead. Outro nomeou seu grupo The Doors, uma porta para o outro mundo, além de descrever sua música como um “convite às forças do mal.” Outra lenda viva, obcecada pelo fantasma do “carma instantâneo”, disse que faria o seguinte quando finalmente encontrasse o mensageiro da Morte: “Irei agarrá-lo pelas bochechas e lhe darei um beijo molhado na boca mofada, porque só há uma forma de partir – encarando o vento e rindo pra caralho!.” Outros demonstravam uma curiosidade irresistível sobre a vida além da morte, como observou o meio-irmão do próprio Rei do Rock:
“Era como um devaneio para saber até onde ele poderia chegar – era quase como se ele procurasse a morte –, apenas para ver o que havia do outro lado e depois voltar.”
Embora cada um dos Sete tenha alcançado o auge da fama durante uma breve vida, só foram tificados como imortais após sua autodestruição. O namoro de cada  um deles com a morte adquiriu vida própria até assumir proporções mitológicas,  tornando-se um tipo de calvário para sua legião de fãs.
“Talvez meu público aprecie mais a minha música se achar que estou me destruindo”, disse a estrela que teve diversas overdoses antes da injeção que finalmente a matou em um quarto de hotel em Los Angeles. Nos dias que se seguiriam, ela deveria gravar a versão final dos vocais de Buried Alive in the Blues para o maior álbum de sua carreira.
“É engraçada a forma como a maioria das pessoas admira a morte”, meditou outro imortal. “[...] você tem de morrer para acharem que você vale alguma coisa.”
Todos os Sete, exceto um, tentaram suicídio ou ameaçaram cometê-lo. Todos os Sete tornaram-se viciados. A maioria morreu por excesso de drogas. Se um deles não tivesse morrido baleado, poderia muito bem ter tido o mesmo fim.
“Bicho, estou chapado o tempo todo!”, declarou o poeta que, como a maioria dos outros, foi alertado por seus médicos para que largasse as drogas ou morreria. Antes de sua impressionante estréia no clube Whisky a Go Go em Los Angeles, ele tomou uma dose de lsd dez vezes mais forte do que a normal. Ele adorava citar William Blake: “A estrada dos excessos leva ao palácio da sabedoria.” Seu palácio da sabedoria veio a ser seu mausoléu pichado no cemitério Père Lachaise, em Paris, ao lado dos túmulos de Oscar Wilde, Chopin e Balzac.
O passatempo favorito de outra estrela era “fumar um, tomar um, lamber um, chupar um, foder um.” Seus amigos a alertaram para pegar leve. “Ah, bicho, não quero viver assim”, protestou ela. “Eu quero queimar. Quero arder lentamente.”
Ela e o primeiro membro do Clube dos 27, famoso por destruir suas guitarras, usavam heroína juntos antes de transar. O apetite dele não ficava atrás do dela. Como lembrou um vocalista famoso e drogado de outro supergrupo, “Ele era o cara mais chapado que já conheci.”
Seis dos sete imortais foram presos diversas vezes. Foras da lei, rebeldes, pregadores da liberdade, tiveram uma postura gloriosa contra o establishment. O sétimo foi o único de sua espécie, fazendo sua própria lei – afinal, ele era o establishment: o Rei. O presidente Nixon o nomeou agente federal de narcóticos. O Rei nunca se permitiu ser um drogado de rua: nos últimos 20 meses de vida, consumiu 12 mil tipos diferentes de analgésicos, todos receitados por médicos.

Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Elvis Presley, John Lennon, Kurt Cobain e Jerry Garcia foram os ícones do maior movimento jovem na história. Os Sete surgiram em momentos trágicos. Os sonhos da década de 1960 foram estilhaçados com o assassinato de seus heróis da juventude: os Kennedy e Martin Luther King. Meio milhão de soldados morreram no Vietnã; outros jovens foram mortos no massacre da Universidade de Kent, na Convenção Democrata de Chicago e no festival de Altamont. Tudo isso ocorreu sob a sombra sinistra de bombas atômicas e da Guerra Fria.
Em meio a esse cenário, o grito de liberdade foi dado por uma nova voz política, cultural e artística: a das estrelas do rock. Pioneiros em uma forma de arte criada por jovens para os jovens, os astros cantavam sobre a revolução e o amor. Sua música expressava todo o idealismo, inocência e energia sem limites da juventude, mas, ao mesmo tempo, falava de sua alienação, confusão, seu medo e violência. Nesse sentido, foi o prenúncio das mesmas lutas que nos cercam atualmente.
Conforme o panorama se tornava mais sombrio, o mesmo ocorria com a música e com a vida desses escolhidos. Ao testarem mais e mais os limites da liberdade e da rebeldia, todos adentraram uma zona perigosa. Janis também falava pelos outros quando disse que se apresentava e vivia “nos limites externos da probabilidade”, sem freios ou redes de segurança. Em uma ironia final, todos se tornaram distantes, solitários e autodestrutivos na mesma proporção de sua fama. Os Sete passaram a ser consumidos não apenas por seu próprio isolamento e seus excessos, mas pelas expectativas insanas e quase divinas de suas platéias fiéis. Não há dúvidas de que esses músicos foram gênios e vozes de suas gerações. Mas não eram deuses. E o destino normalmente reservado às deidades terrestres, reais ou imaginárias, é bem conhecido: o sofrimento.
Como muitos outros artistas, todos os Sete eram obcecados por tornarem-se estrelas, mas, uma vez conquistado o sucesso, a fama se converteu em uma gaiola dourada. Apenas as drogas proporcionavam uma fuga temporária e, em última instância, a emancipação absoluta.
“Instant Karma’s gonna knock you right on the head”, cantou Lennon. “You better get yourself together. Pretty soon you’re gonna be dead.” Lennon sempre acreditou que morreria jovem e de forma violenta por ter levado uma vida violenta. Ainda assim, “Não tenho medo de morrer”, insistiu. “É como sair de um carro e entrar em outro.” E assim foi: ele saiu da limusine e, momentos depois, foi transportado  para uma viatura de polícia, onde deu seus últimos suspiros.
Outros pareciam igualmente resignados com seus destinos. Ao ouvir sobre a morte de Jimi, seu ex-amante, Janis disse apenas: “Fico pensando se terei tanta publicidade.” Seis semanas depois, ela se juntou a ele. Morrison fez um brinde a ela em seu bar favorito: “Vocês estão bebendo com o Número Três”, disse a seus acompanhantes.
Ironicamente, foi um dos deuses que sobreviveu ao rock, Pete Townshend, quem cantou o hino do movimento: “Hope I die before I get old.”
Mas a realidade “viver rápido, morrer cedo e deixar um belo cadáver”, de James Dean, não é nem de longe tão glamourosa. Depois dos anos de excesso, a maioria continuava viva quando já deveria ter morrido. “Tive tanta pena dele que chorei”, confessou um dos seguranças de Elvis após outra desastrosa apresentação em Vegas. “Ele estava gordo. Não podia andar. Esqueceu as letras de suas músicas. Achei mesmo que ele fosse morrer naquela noite.”
Depois de vê-la em uma festa de reencontro da turma do colégio, um dos antigos colegas de classe de Janis observou: “Ela parecia um trecho de estrada esburacada – seu rosto, braços, veias. Não esperava que ela durasse muito mais tempo.”
O guitarrista de blues Johnny Winter falou sobre seu amigo Hendrix perto do fim: “Quando o vi, fiquei arrepiado [...] Ele entrou com seu séquito e parecia que já estava morto.”
Como foi comprovado pela carreira dos Sete, ser uma lenda viva pode transformar o paraíso em inferno. Mas, em virtude de suas opressivas ambições, nenhum deles se deu conta dos perigos da fama até que fosse tarde demais, até estarem sufocados em suas próprias personificações sobre-humanas. É seguro dizer que morreram por sua música da mesma forma que viveram para ela. Embora a carreira da maioria tenha sido breve, no final estavam todos exauridos, sem forças e desgastados, exatamente como muitas das estrelas de hoje.
As pressões da supercelebridade não eram menos esmagadoras do que agora. Os fãs exigiam que suas estrelas criassem continuamente músicas revolucionárias, inovadoras e, ainda assim, clonagens de seus antigos sucessos. Esperava-se que se apresentassem noite após noite, ano após ano, com o mesmo nível de talento, energia e empolgação. Apesar de sua resistência, todos eles se tornaram empreendimentos comerciais, com centenas e até mesmo milhares de funcionários em suas folhas de pagamento. O cerco dos fãs, a perseguição dos paparazzi e o assédio da impressa logo perderam a aura de novidade. Estavam cercados por sanguessugas, desequilibrados mentais e manipuladores inescrupulosos. Na posição de produtos de vitrine, tinham pouca privacidade e nenhum tempo para si mesmos. Eram obrigados a sustentar imagens dramáticas, até mesmo caricaturais, que há tempos haviam superado e que jamais haviam desejado.
“Estou cansado de tudo”, disse Morrison a um entrevistador pouco antes de sua morte. “As pessoas continuam me vendo como um astro do rock e não quero nada disso. Não agüento mais.”
Após uma apresentação medíocre do Grateful Dead, Jerry Garcia, o que sobreviveu por mais tempo entre os Sete, reclamou para seu último tecladista, Bruce Hornsby, “Você não entende 25 anos de cansaço!”
Somente Lennon conseguiu “se livrar do ciclo vicioso”, entrando em um período de reclusão de cinco anos. Mas tão logo o fundador dos Beatles voltou à ribalta esperando “conquistar novamente o mundo”, foi dada a bandeirada final de sua corrida.

Apesar da fama sem precedentes desses notórios artistas, os últimos dias de muitos deles estão encobertos pelo mistério. Dúvidas cruciais permanecem, as quais examinaremos atentamente sob o prisma de investigações mais recentes.
No final, Hendrix estava tentando deixar seu empresário, que havia se apropriado de milhões de dólares do astro e que possuía fortes conexões com a máfia. Jimi tomou a dose fatal de barbitúricos e álcool por acidente ou de forma intencional, ou foi obrigado a ingeri-la? Por que sua misteriosa noiva levou horas para  chamar a ambulância, desapareceu de seu quarto de hotel antes da chegada da polícia e, mais tarde, após ser julgada, cometeu suicídio?
Janis estava concluindo o álbum mais importante de sua carreira, estava finalmente noiva do homem dos seus sonhos, após inúmeros casos amorosos, e estava abandonando a heroína. Pelo menos, essa é a história oficial. Sua overdose foi realmente apenas um “trágico acidente”, como muitos a classificam?
Morrison havia abandonado o Doors e estava tentando ressurgir como poeta, mas estava em um impasse criativo. Embora fosse um ávido consumidor de todos os outros tipos de bebidas e drogas, Morrison sempre evitou a heroína. Teria ele tomado de forma consciente uma overdose fatal naquela noite em Paris? Sua esposa viciada, que enganou a polícia francesa e organizou um funeral às pressas, teria se suicidado dois anos depois em virtude de alguma culpa inconfessável?
Dois anos após o falecimento do Rei, a causa real de sua morte foi finalmente revelada. Ou não? Ele estava tomando uma droga “miraculosa” que, em altas doses, normalmente causa depressão suicida. Além disso, ele ingeriu durante anos os poderosos analgésicos encontrados em seu organismo – todos, menos um, ao qual sabia ser alérgico. Ele conseguiu um frasco dessa droga em uma consulta de emergência ao dentista no meio da noite, horas antes de sua morte. Por quê?
Ao promover seu primeiro álbum em cinco anos, Lennon recusou guarda-costas e seguranças de qualquer tipo, apesar das ameaças de morte e das terríveis predições dos oráculos de sua esposa. Em virtude de seu ativismo político anterior, o ex-Beatle estava sob vigilância constante do fbi. Seria seu fã e assassino, Mark David Chapman, um candidato manchu? Após anos de antagonismo mútuo e infidelidades, Yoko planejava em segredo divorciar-se de John depois que ele a ajudasse a lançar seu próprio álbum solo. Pouco tempo antes de seu assassinato, por que ela e seus freqüentemente cuidadosos “direcionadores” psíquicos o aconselharam a atravessar o Triângulo das Bermudas em uma minúscula corveta?
Cobain estava deixando o Nirvana, divorciando-se de Courtney Love, reescrevendo o testamento para excluí-la e preparando-se para pedir a custódia de sua filha. Seu corpo sem vida foi encontrado no cômodo acima de sua garagem, ao lado de uma espingarda e um bilhete de suicídio. Além disso, de acordo com a autópsia, a quantidade de heroína detectada em seu sangue correspondia a três vezes a dose letal da droga. Como o próprio Cobain ainda poderia ter puxado o gatilho da espingarda?

Muito já se escreveu sobre os lendários pioneiros do rock, mas nunca um livro que compilasse suas biografias, tecendo um cenário único e dramático a partir de diversos pontos de vista de pessoas próximas – bem como das palavras e músicas dos próprios artistas.
Não vivemos mais em uma era de reis e rainhas. A nova aristocracia são as celebridades. Os reis e rainhas de nossa nobreza pública são os superstars. A vida dos astros muitas vezes é distorcida para evitar qualquer impacto sobre a arrecadação de royalties e sobre os sobreviventes que contam com esse dinheiro. Ou, a despeito das garantias da Primeira Emenda, pessoas se calam por medo de processos que visam negar ao público seu direito de saber a verdade.
Geralmente, as biografias de celebridades se apresentam sob duas formas: a hagiografia ou o exposé. O primeiro tipo, muitas vezes “autorizado” pela família, elogia seu protagonista, ampliando a lenda ao minimizar ou ignorar informações críticas. O segundo tipo, muitas vezes denunciado por pessoas que viveram os fatos, traspassa a fachada, diminuindo seu protagonista e negligenciando suas qualidades. Como os reis e rainhas de antigamente, as estrelas colocam seus súditos de um lado e seus inimigos de outro – e ambos sabem que a caneta pode ser mais poderosa do que a espada.
A grande verdade a respeito de uma figura histórica é encontrada em uma junção criteriosa das perspectivas verídica e crítica – sem seguir de forma rígida a uma  ou a outra. Neste livro, pela primeira vez, essas lendárias personalidades serão retratadas de um ponto de vista imparcial, não comprometido com a adulação ou a difamação, mas sim com a verdade. “Just gimme some truth now”, cantou John Lennon em Imagine. “All I want is the truth.”* Este trabalho é dedicado a esse pedido.
Sob todos os aspectos, os sete astros são revelados como seres humanos brilhantes e carismáticos, mas complicados e cheios de conflitos – muito diferentes  das lendas que pensávamos conhecer. Ainda assim, no final, é exatamente sua humanidade e sua luta verdadeiras que inspiram nossa compaixão e nosso amor, não sua mitificação.
Cada um dos capítulos que se seguem compõe uma história maior do que a vida de isolamento e excessos que os conduziu inexoravelmente a um fim prematuro. Os capítulos foram organizados em ordem cronológica, seguindo a seqüência de suas mortes durante o que foi a era de ouro do rock. Os interlúdios entre essas histórias de vida traçam os aspectos subjacentes compartilhados por esses artistas históricos – sua infância solitária, o vício em drogas, a instabilidade mental, os relacionamentos desastrosos e a celebridade que os consumiu.
O psicólogo Carl Jung escreveu que os “grandes talentos são as mais adoráveis e, muitas vezes, as mais perigosas frutas da árvore da humanidade. Eles estão presos aos galhos mais finos, que se partem com mais facilidade.”
O extremismo e a tendência destrutiva afligem muitas personalidades criativas, particularmente os jovens. Isso é especialmente verdade em se tratando de uma arte performática de espetáculo e som explosivos que nos remete às nossas raízes ancestrais, cerimoniais e arrebatadoras. O rock sempre teve a ver com juventude, com liberdade, com a tomada da Bastilha. Em uma palavra: revolução – não apenas revolução política, mas revolução real.
“Elvis libertou o corpo”, declarou Bruce Springsteen ao entrar para o Hall da Fama do Rock and Roll, “Dylan libertou a mente.”
Artistas são os xamãs modernos, grandes feiticeiros que nos levam a um mundo novo de energia e libertação inebriantes. O verdadeiro rock’n’roll é perigoso: o “furacão de fogo cruzado” de Jumpin’ Jack Flash. Em seu auge, é a arte zen de controlar o incontrolável, de dançar na corda bamba sem rede de proteção. E alguns pagam o preço.
Para fins de comparação, sobreviventes lendários do rock serão examinados: Mick Jagger e Keith Richards, o Narciso e o Lázaro da “Melhor Banda de Rock do Mundo”; Eric Clapton, o guitarrista do Cream, que já foi chamado de “Deus”; Paul McCartney, o mais prolífico e bem-sucedido compositor do século 20; e Bob Dylan, o maior poeta lírico de nosso tempo. Embora tenham sofrido muitas das mesmas provações em suas vidas e carreiras, eles perseveraram onde outros falharam. Por quê?
Richards disse: “A parte da lenda é fácil. O difícil é viver.”
Jagger afirmou: “Ou você está morto ou segue em frente.”
Dylan completou: “Todo dia acima do chão é um bom dia.”
Quanto aos Sete, todos eles viveram sob o brilho de um sol eclipsante, o que concedeu intensidade e paixão sobrenaturais à sua arte e, no final, imortalizou cada um deles.

 

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